Abertura da sessão de formação de formadoras
Queridas Oblatas
É com grande alegria e um profundo sentimento de gratidão para com Deus que eu acolho cada uma de vocês e lhes desejo as boas vindas com muita afeição, neste lugar de fundação, para uma sessão de um mês de formação de formadoras. Vimos de três continentes e representamos os 3 ramos do Instituto; somos de diferentes culturas, nações, línguas e tradições. Para algumas é a primeira vez que vêm neste lugar que é a fonte do Instituto.
Neste Ano Jubilar da Misericórdia, seria bom viver estas semanas com um coração de peregrino e fazer desta experiência um acontecimento jubilar nas suas vidas para o partilhar, em seguida, com aqueles e aquelas que vocês formam! Que o espírito de fé que alimentou a palavra e o testemunho de Luísa Teresa, reavive o coração das nossas formadoras que realizam, com fé e dedicação, a sua peregrinação sobre as estradas do mundo.
Neste tempo de graça que nos é dado viver juntas como formadoras, convido vocês a vivê-lo como uma peregrinação com Moisés, mesmo se, como ele, temos consciência dos nossos limites quanto à missão que nos é confiada. Mas a nossa força e a nossa confiança estão na certeza de que Deus está conosco. Com Moisés: o peregrino, assim como com o seu povo, para caminhar juntos para um novo êxodo.
A estrada arrisca-se a ser longa, dura e sem água! Mas na companhia do Senhor que nos cumula com todos os seus bens, nada é impossível! Sim, é preciso “fazer-se ao largo”, juntas, com os dons de cada uma. Vocês terão ocasião de se conhecer mutuamente e em profundidade. É uma experiência formadora vital, a de fazer-se conhecer e conhecer o outro. Isso as ajudará na sua missão de formadoras, quando tiverem que acompanhar este mesmo processo junto daquelas que estão formando.
Em que condições! Antes de empreender tão longa viagem, é necessário libertar-se de “bagagens” supérfluas que tornam pesada e impedem a nossa peregrinação e a entrada no lugar da Presença Divina.
“Apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo, do meio de uma sarça. Moisés notou que a sarça estava em chamas, mas não se consumia. Pensou: Vou aproximar-me para admirar esta visão maravilhosa: como é que a sarça não para de queimar?”
“Quero aproximar-me”, quero mergulhar no fogo da Presença Divina para renascer para uma vida nova. Assim, serei capaz de me doar no Amor e por amor; quero expor-me à sua Presença para fazer cair a minha máscara, as resistências do meu egoísmo e libertar-me da escravidão; numa palavra, sair de mim mesma, a fim de que a peregrinação com o meu povo se torne mais “sinal” da ternura e da misericórdia do rosto de Deus e que o meu caminho espiritual se torne Vida na Presença e Vida da sua Presença Divina para todas aquelas que eu acompanho.
“Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa”. (Ex. 3, 5).
Ele me chama pelo meu nome, “neste lugar”, precisamente, que, para mim, pode tornar-se “santo”; neste ‘lugar”, onde posso transformar-me em fogo, tornando-me ‘presença ardente” do Espírito de Deus no mundo. Neste lugar santo, a experiência será verdadeiramente jubilar e vocês serão felizes. É o significado de um dos gestos importantes do peregrino que vem à Casa Mãe, o “passar pela porta santa”. Isso implica a conversão do coração.
“Tira as sandálias”: Abre o teu coração e o teu espírito à luz de Deus que torna possível o discernimento dos sinais dos tempos e que leva à profecia. Esta experiência forte de comunhão nos ensinará como suscitar depois, nas casas de formação e preparar assim a geração seguinte para uma vida comunitária e de grupo mais profunda e, portanto, mais apostólica.
“E agora, vai! Eu te envio ao faraó para que faças sair o meu povo, os israelitas, do Egito” (Ex 3, 10)
Oferecendo-lhes esta experiência, estamos convencidas, não somente da importância da formação hoje para a vida de uma Oblata de amanhã, mas também da importância da qualidade de vida da formadora. Desejo que possam sair desta sessão com um coração mais dilatado, mais apto a comunicar com aquelas que estão formando à universalidade da Igreja e animá-las a trabalhar com coragem fazendo reinar a comunhão no Instituto e no mundo.
Deixo vocês com uma equipa que está feliz de poder caminhar com vocês: Christiane Lefranc e Viviane Tourniaire; obrigada às duas que aceitaram estar conosco para nos ajudar a viver este encontro como um tempo de graça. Digo-lhes o meu reconhecimento pela colaboração dada.
Queria também exprimir o meu reconhecimento às tradutoras: Maria Auxiliadora FERNANDEZ, Hilda Rodriguez (Espanhol; Francês) e Maria Gudz (Polonês/ Francês) por terem aceitado este serviço de tradução com grande disponibilidade e dedicação; isso permite uma maior comunicação entre nós.
A minha gratidão também às irmãs da Casa Mãe, que puseram todo o seu empenho e todos os seus dons para nos acolher e nos fazer sentir em casa!
Com estas palavras queria agradecer-lhes. Queridas formadoras, pelo serviço humilde e discreto, pelo tempo dado à escuta, o tempo consagrado ao acompanhamento e ao cuidado de cada uma das Oblatas. Durante esta sessão, convido vocês a entrar num clima de oração, de abertura e de sensibilidade, de escuta de umas e outras e de ação do Espírito Santo em nós.
Implorando a benção da SSma Trindade, a proteção de Maria e a intercessão de Luísa Teresa e de Mme de Raffin, nossas fundadoras, desejo o todas que este tempo de formação seja criativo, alegra e fecundo.
Terminar com o canto: Voltar à fonte (Patrick Richard)
Voltar à fonte
Mergulhar nela as Mãos e o Coração
Voltar juntas à fonte
Donde brota a verdadeira felicidade.
Fonte primeira
Frescura de onda
Fonte de água límpida
Fonte fecunda.
Fonte essencial
Inesgotável
Fonte onde o céu
Põe uma mesa
Fonte de onde vêm
Mil pombas
Fonte que leva
Ao coração do mundo
Fonte de graça
Poço de confiança
Fonte de audácia
A Providência.
Júlia Sousa